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Como precificar o serviço do RT: passo a passo prático


É comum ouvirmos sobre a dificuldade de precificar o serviço veterinário, visto que os CRMVs não possuem tabela de valores de serviços, e dificilmente encontramos tabelas disponíveis em associações ou sindicatos. Na Responsabilidade Técnica, a maioria dos CRMVs estipulam valor mínimo a ser recebido de acordo com a carga horária a ser realizada. Mas será que a valoração do seu serviço deve ser baseada apenas nesta tabela?

Neste artigo vamos te contar, de forma prática, como precificar o seu serviço e consequentemente valorizar sua atuação como RT.

Primeiramente é importante destacar as características que influenciam na formação dos preços dos serviços:

  • Intangibilidade: diferente de um produto, o serviço é algo não palpável, não há um elemento físico a ser adquirido, o cliente paga pela orientação do profissional.

  • Perecibilidade: os serviços não podem ser armazenados, revendidos ou devolvidos; havendo a definição de prazos de sua execução.

  • Variabilidade ou consistência: como os serviços são realizados por pessoas, não há produção em série, podendo variar de acordo com diversos aspectos: competência; criatividade; experiências profissionais dentre outros.

  • Simultaneidade: o serviço não pode ser separado do seu consumo. Por exemplo, a produção e o consumo de uma consulta veterinária ocorrem juntos.

Importante o profissional compreender a diferenciação entre a precificação de um produto e do serviço, e claro que uma precificação equivocada pode inclusive impactar na saúde financeira do profissional, podendo inclusive subjugar a qualificação da sua prestação de serviço. Vamos para alguns parâmetros.

O código de ética do médico veterinário, disponível neste documento, em seu artigo 12 estabelece alguns parâmetros, confira abaixo:

  1. Defina qual será o trabalho e tempo que você levará para realizá-lo;

  2. Verifique a complexidade do serviço e como será sua atuação no caso;

  3. Certifique o local onde será realizada a prestação de serviço;

  4. Valorize sua qualificação e renome;

  5. Observe ainda a condição socioeconômica do seu cliente.

Como responsável técnico, o profissional deve se atentar as exigências do seu conselho profissional, podendo existir tabela de honorários para a responsabilidade técnica. Mas essa tabela serve apenas como parâmetro, podendo ser estipulado valor maior que o tabelado. Pode acontecer de responder por um contrato temporário, em que será desenvolvido um projeto, ou participar de uma exposição de animais que ocorrerá em um dia. Nestes casos o profissional pode definir um valor da diária para precificação do serviço, que pode inclusive ser baseado no piso salarial e no valor do salário-mínimo. Lembrando que a Lei nº 4.950-A define o piso salarial de diversas categorias, inclusive da medicina veterinária, sendo estabelecido que para 6 horas diárias pode ser cobrado um valor de 6 salários-mínimos, e para 8 horas diárias; 8,5 salários-mínimos. Para os serviços realizados de forma esporádica, em que o profissional pode ser pago pela entrega de um produto (projeto) ou a prestação de serviço por diária, é importante também ter conhecimento dos valores da “concorrência”, por quanto os colegas estão executando aquele serviço.


Além disso é possível o profissional fazer um levantamento de custos e despesas para a definição dos seus honorários. Importante sabermos diferenciar essas duas variáveis. Custos são aqueles diretamente envolvidos com o objetivo do negócio, o serviço oferecido, por exemplo na responsabilidade técnica é basicamente a mão de obra envolvida, e a depender da atividade os insumos utilizados. Já as despesas exercem influência indireta na realização do serviço, por exemplo: combustível para deslocamento; telefone; caso tenha escritório os gastos com energia; água etc.

E claro, além da responsabilidade técnica o profissional pode realizar serviços complementares, como elaboração de projetos; de programas de controle de qualidade; consultoria; atendimento clínico dentre outras, em que o colega deve ter consciência do preço a ser realizado, não ficando à mercê da precificação do empresário. Assim, caso seja solicitado a realizar algum serviço terá definido o valor a ser cobrado, demonstrando profissionalismo nas suas atividades e reduzindo a possibilidade de aceitar valores que não compensam.

Muitos RTs geralmente cobram o que está na tabela dos CRMVs por ser muito mais fácil, não há contas ou ponderações a serem feitas. Mas será que assim o profissional não estaria deixando de ganhar, ou então usando da justificativa ao empresário de que é porquê o CRMV exige assim?

Fica a dica!

Abraço da equipe Rtvets.


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